Informe Diário
22/11/2024 • 4 mins de leitura
Conflito Rússia x Ucrânia dita a dinâmica do mercado internacional
Resumo do artigo Os preços do petróleo subiram nesta sexta…
Resumo do artigo
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As crescentes tensões geopolíticas pesam sobre os mercados de risco neste início de outubro.
O mercado começou a precificar a probabilidade de interrupções de fornecimento no Oriente Médio — especificamente no Irã, que opera sob sanções dos EUA e produz cerca de 4,0 milhões de barris por dia.
As tensões crescentes no Oriente Médio pesam no sentimento dos investidores. O presidente Joe Biden disse que os EUA estavam discutindo ataques contra as instalações de petróleo do Irã, o que causou uma alta de 5% nos preços do petróleo ontem (03). A fala, porém, não foi confirmada posteriormente.
Os preços do petróleo estão em leve alta na manhã de hoje (04). Os futuros do Brent sobem 0,12% para US$ 77,7 por barril, acumulando cerca de 8% na semana.
Os dados de empregos não agrícolas dos EUA estão programados para sair hoje às 9h30. Economistas esperam um crescimento de 150 mil, acima dos 142 mil de agosto. A taxa de desemprego deve permanecer estável em 4,2%.
A melhora dos dados econômicos e os comentários de Jerome Powell na segunda-feira (30) reduziram as expectativas de que o Fed corte os juros em mais 50 pontos base na reunião de 6-7 de novembro.
As taxas dos títulos do Tesouro dos EUA estão em alta, com o rendimento do título de 10 anos em 3,86%. O título de 2 anos está em 3,72%.
A demanda por segurança, em meio às tensões no Oriente Médio, impulsionou o dólar para uma máxima de seis semanas na quinta-feira. O índice do dólar está em 101,9.
Os preços do ouro sobem nesta sexta, com o ouro spot em alta de 0,3%, a US$ 2.662,50 por onça.
Os mercados asiáticos negociaram de forma mista hoje após as perdas em Wall Street na véspera. O índice Hang Seng de Hong Kong subiu mais de 2%, retomando o rali após cair 1% na primeira hora de negociação. Os mercados na China continental reabrirão em 8 de outubro.
As ações europeias sobem timidamente na manhã de hoje. Os futuros de ações dos EUA estão estáveis.
Por aqui, ontem o Ibovespa caiu 1,38%, aos 131.671 pontos. O dólar avançou 0,53%, cotado a R$ 5,4725, e os juros futuros registraram alta.
EUA: O ISM de serviços registrou um avanço significativo em setembro. O índice passou de 51,5 pontos em agosto para 54,9 pontos em setembro — superando o consenso de 51,7 pontos. Esse é o nível mais alto desde fevereiro de 2023. Entre os componentes do índice, houve destaque para os fortes aumentos nos subitens de atividade de negócios e novas encomendas. No entanto, o indicador de emprego recuou no período voltando a ficar abaixo dos 50 pontos — que sinaliza contração — após dois meses acima desse limite. Outro dado relevante da pesquisa foi o aumento dos preços pagos, que subiram de 57,3 pontos em agosto para 59,4 pontos em setembro.
Brasil: O governo registrou déficit de R$ 22,4 bilhões em agosto — em linha com a mediana das expectativas do mercado. Com isso, o governo central apresentou um resultado negativo de R$ 219,1 bilhões nos últimos 12 meses, o equivalente a -1,9% do PIB. As receitas de impostos mostraram resultados positivos no período, crescendo 12,6% em termos reais na comparação anual. As despesas caíram 1,5% em agosto, com destaque para a retração de 43,3% nas despesas discricionárias, refletindo a contenção de gastos no terceiro bimestre e a menor execução de emendas parlamentares.
No acumulado do ano, a receita líquida cresceu 8,4%, superando o aumento de 6,6% das despesas. Em relação à calamidade no Rio Grande do Sul, estão previstos gastos de R$ 40,2 bilhões para 2024, mas apenas R$ 12,4 bilhões foram executados até agosto, com R$ 0,7 bilhão pago no mês. A lenta execução dos recursos e a ausência de pressões por novos programas reforçam a expectativa de que os valores totais não serão gastos até o fim do ano.
Brasil: As vendas de automóveis caíram 1,9% em setembro na margem. Apesar da oscilação recente, o número de veículos emplacados mantém-se em um nível elevado, no patamar entre 370 mil e 380 mil unidades desde o final do primeiro semestre. Na comparação anual, o aumento foi de 18,1%. Até o 3° trimestre de 2024, 3,27 milhões de veículos foram emplacados — 16,8% a mais que no mesmo período do ano anterior. Nos últimos 12 meses, a aceleração do crescimento passou de 13,7% para 14,8%.
O setor de veículos leves recuou 2,0% no mês, puxado pela desaceleração nas vendas de motocicletas. No 3° trimestre, o segmento de leves ficou estável com alta marginal de 0,1%. Os veículos pesados avançaram 1,2% em setembro, completando quatro meses sem quedas. Caminhões aceleraram, atingindo o maior volume emplacado desde janeiro de 2023, enquanto ônibus apresentaram a segunda queda consecutiva. No 3° trimestre, os pesados registraram a quarta alta consecutiva, com um crescimento robusto de 6,5%.
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.