Informe Diário
24/09/2024 • 5 mins de leitura
Ata do Copom aponta para aceleração do aperto monetário
Resumo do artigo Ontem, por aqui, o detalhamento do relatório…
Resumo do artigo
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Os mercados globais se preparam para uma semana crucial com eleição nos EUA e reunião do Fed e medidas de estímulo na China.
No front geopolítico, o Irã alertou que prepara ataque ‘forte e complexo’ contra Israel Não se sabe se as ameaças são reais ou jogo de cena. A resposta israelense dependerá da dimensão, da natureza e da eficácia do ataque. Até aqui, Israel se absteve de almejar instalações petrolíferas e nucleares do Irã — mas esse cálculo pode mudar, de acordo com autoridades israelenses.
A eleição nos EUA ocorre amanhã (05). Uma pesquisa da NBC News mostrou uma “disputa acirrada” entre o ex-presidente Donald Trump e a vice-presidente Kamala Harris. Mas outra pesquisa, do NYT veio com uma virada de Harris em Iowa, onde a vitória de Trump era dada como certa.
Com as diferenças de votos na margem de erro em vários estados decisivos, o resultado vai depender do comparecimento, que tradicionalmente oscila em torno de 50%. Os Republicanos e Trump, em particular, tem historicamente uma maior capacidade de mobilização, mas nesta eleição o tema do aborto tem engajado fortemente o eleitorado jovem feminino — o que favorece Harris.
O foco do mercado também está na decisão de taxa de juros do Fed e nas declarações do presidente Jerome Powell nesta quinta-feira (07). A taxa de juros do título do Tesouro de 10 anos está em queda, sendo negociada a 4,30%, enquanto a taxa de 2 anos está em 4,17%.
O dólar norte-americano perde fôlego neste início da semana — o DXY, índice do dólar, opera em queda de 0,5%. O ouro à vista manteve-se estável na segunda-feira, negociado a US$ 2.738,32 por onça.
Os preços do petróleo operam em alta de mais de US$ 1, após a OPEC+ anunciar no domingo que adiaria um aumento planejado na produção de dezembro em um mês. Os futuros de Brent subiram US$ 1,14 por barril, ou 1,56%, para US$ 74,24 o barril.
Os mercados da Ásia fecharam em alta nesta segunda-feira (04), em compasso de espera para a as decisões do parlamento da China — cuja reunião começou nesta madrugada. O Comitê Permanente do Congresso Nacional do Povo se reúne de 4 a 8 de novembro e espera-se que, ao final do encontro, seja anunciada um pacote da ordem de 10 trilhões de yuans (US$ 1,4 trilhão) para revitalizar a economia chinesa.
Os mercados europeus abriram em alta, em linha com os futuros nos EUA.
Economia
No Brasil, a aversão ao risco tomou conta do mercado doméstico na sexta-feira (01). A falta de prioridade no ajuste fiscal levou a mais um dia de forte deterioração nos preços dos ativos. O dólar à vista disparou, fechou em alta de 1,53% — cotado a R$ 5,8694 — e levou junto os juros futuros, enquanto o Ibovespa fechou em queda de 1,23%, aos 128.121 pontos.
Desde a revisão da meta de superávit primário em abril, a credibilidade fiscal do governo sofreu um abalo significativo. Isso resultou em uma escalada do dólar, elevação das taxas de juros e deterioração do perfil da dívida pública.
O governo vinha tratando o ajuste fiscal sem a devida urgência, mas mudou de postura após a reação do mercado. O cancelamento da viagem de Haddad cria a expectativa de que um pacote fiscal robusto seja anunciado em breve.
Sem medidas estruturais que contenham a trajetória das despesas, o dólar passará de R$ 6,00 no curto prazo e vai se aproximar de R$ 7,00 até 2026, os juros subirão mais e a economia vai entrar em crise. Nestas condições a reeleição ficaria comprometida e a governabilidade ficaria sob questionamento.
Um pacote fiscal sério em contexto global menos volátil poder reduzir o prêmio de risco significativamente. O mercado poderia reverter as posições pessimistas e deflagrar uma forte valorização dos ativos brasileiros.
A decisão do presidente Lula sobre o ajuste fiscal determinará o sucesso de seu terceiro mandato.
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(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.