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17/08/2020 • < 1 minuto de leitura
Como ter uma carteira diversificada apenas com Fundos de Investimentos
Resumo do artigo Neste Webinar, uma parceria entre a Monte…
Resumo do artigo
Quais são os próximos passos da Petrobras após as mudanças recentes em sua diretoria? Como fica o plano de investimentos da petroleira?
A Monte Bravo Corretora recebeu especialistas da estatal na segunda-feira (17) para discutir seu momento de mercado, plano estratégico e próximos passos.
Os participantes foram:
Profissionais com duas décadas de carreira na estatal, Silva e Gotaç explicaram como a companhia toma suas decisões de investimento, falaram dos projetos futuros da petroleira e responderam às perguntas dos presentes.
Segundo os próprios especialistas, o evento é uma forma de a Petrobras se aproximar de seus acionistas pessoa física — mais de 900 mil de acordo com seu Formulário de Referência mais recente, um público muito maior do que a soma dos institucionais e pessoa jurídica (7,6 mil acionistas). A Monte Bravo foi uma das primeiras casas a participar dessa iniciativa.
Eles reforçaram que, embora observem mudanças no conselho e na diretoria da Petrobras, os fundamentos da empresa são preservados em razão de um robusto processo de governança, que foi detalhado durante o evento.
Veja a seguir os principais destaques da conversa.
Os especialistas resumiram os principais pilares da estratégia da Petrobras da seguinte forma:
Eles destacaram que a estatal passou por um processo de turnaround (reformulação) nos últimos anos para:
As decisões de investimento na companhia são tomadas a partir de um robusto processo de governança:
Os especialistas ressaltaram que as lições aprendidas no passado trouxeram esse reforço nos controles. Eles impedem que uma pessoa ou um pequeno grupo coloquem em risco a racionalidade das decisões de negócios da petroleira.
A Petrobras está reconhecidamente em um ambiente de transição energética. O objetivo é, primeiro, descarbonizar as operações, com uma meta de ser carbono neutro em 2050.
Depois, o foco é ter mais investimento em Escopo 3 (emissões de gases de efeito estufa originadas indiretamente na cadeira de valor da companhia, como no transporte, uso ou descarte de materiais).
A ideia é, portanto, investir em novos negócios e novas fontes energia, sempre respeitando a governança da aprovação de projetos e buscando a rentabilidade.
A taxa de retorno (TIR) dos projetos da Petrobras é classificada como boa pelos especialistas, com destaque para produção e a exploração (chamada de P&E).
TIR média de projetos em termos reais (já descontada a inflação), sem considerar alavancagem: |
23% em projetos de produção e exploração; 14% em refino, transporte e comercialização; Mais de 8% em gás e energia de baixo carbono. |
A petroleira prevê investir US$ 102 bilhões nos próximos cinco anos. Os projetos já considerados em implementação nesse período somam US$ 91 bilhões. Desses, US$ 73 bilhões são referentes a P&E (com TIR média de 23%).
Os US$ 11 bilhões restantes ainda estão em avaliação, mas o foco é a transição energética.
Em 2023, a companhia implementou quatro de seus 14 projetos de P&E. Todos são viáveis com o barril de petróleo tipo brent negociado a qualquer valor acima de US$ 45.
Por outro lado, a companhia luta contra a perdaprodutividade dos atuais poços. A depleção é de 10%, em média, na produção. Para combater essa queda de produtividade, segundo os especialistas, é necessário colocar dois projetos grandes de P&E — o que significa um aumento de produção entre 250 mil e 255 mil barris de petróleo por ano.
Por outro lado, a companhia luta contra a perda de produtividade dos atuais poços. A depleção é de 10%, em média, na produção. Para combater essa queda de produtividade, segundo os especialistas, é necessário colocar dois projetos grandes de P&E — o que significa um aumento de produção entre 250 mil e 255 mil barris de petróleo por ano.
A companhia busca permanecer abaixo do limite de endividamento bruto de US$ 65 bilhões (no primeiro trimestre de 2024, esse valor estava em US$ 62 bilhões, considerando os arrendamentos — na US$ 28 bilhões.
Segundo os especialistas, tanto a gestão anterior quanto a atual se preocupam com esse número, dado o foco da estatal em gerar valor para o acionista, evitando que o nível de endividamento corroa a geração de caixa da companhia.
Eles destacam que a política de dividendos é clara. A fórmula hoje é de 45% do fluxo de caixa livre (que é o fluxo de caixa operacional menos os investimentos). O dividendo mínimo é de US$ 4 bilhões quando o petróleo do tipo brent é negociado acima de US$ 40, com dívida bruta abaixo de US$ 65 bilhões.
No primeiro trimestre de 2024, a Petrobras já indicou a distribuição de R$ 1,04 por ação, tanto ordinária quanto preferencial. E, agora em junho, a companhia paga uma parcela dos dividendos referentes a 2023.
Para a nossa área de Análise, podemos destacar quatro pontos da nossa conversa com os representantes da Petrobras:
Além de nossa reunião, a semana trouxe também o fechamento de acordo com o CARF para resolução de pendências tributárias. O acordo envolvia disputas de R$ 45 bilhões e foi fechado com 65% de desconto nos valores, ou seja, R$ 19,8 bilhões. Desses valores, a Petrobras já tem provisionado R$ 6,7 bilhões e outros R$ 1,3 bilhões serão pagos via outras perdas tributárias.
Com isso, o impacto para o segundo trimestre deve ser na ordem dos R$ 12 bilhões. Julgamos como positivo este acordo firmado pela companhia.
A Petrobras projeta uma produção crescente. A estimativa da empresa é passar de 2,8 milhões de barris de petróleo produzidos por dia (boed) em 2024 para 3,2 milhões de barris em 2028.
O time de RI da Petrobras esclareceu dúvidas que tínhamos em relação ao plano de investimento da companhia.
Os especialistas apontam que boa parte do gap entre o investido e o planejado acontece por atrasos de seus fornecedores, já que, após anos de subinvestimento na cadeia de petróleo, os anos pós-pandemia tiveram um boom de demanda. Com isso, a cadeia de fornecedores tem encontrado dificuldades em atender os pedidos.
A empresa planeja investir US$ 18 bilhões. No 1T24, porém, os investimentos totalizaram US$ 3 bilhões, que anualizados seriam US$ 12,2 bilhões — 34% abaixo do planejado.
Desta forma, imaginamos que a Petrobras, apesar de acelerar os investimentos nos próximos meses, não será capaz de entregar o planejado. A concretização deste cenário pode ter impactos positivos para a distribuição de dividendos da companhia.
Estimamos que esse ano a companhia continue distribuindo dividendos além do mínimo estipulado pelo seu estatuto, apesar de (i) impacto da decisão do CARF; (ii) alguns M&As, contrabalanceados por um capex menor que o projetado para o ano.